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AUTOR: Desde o primeiro século, a autoria da epístola aos Hebreus tem causado muita discussão. Na margem oriental do mar Mediterrâneo e perto de Alexandria atribui-se o livro a Paulo. Orígenes (anos 185-254 d.C.) considerava que os pensamentos do livro eram de Paulo, mas a linguagem e a composição pertencia a outro autor. No norte da África, Tertuliano (155-225 d.C.) sustentava que Barnabé escreveu a epístola aos Hebreus. Embora a carta tenha sido conhecida primeiro em Roma e no Ocidente (I de Clemente, datada ao redor do ano 95 d.C. cita Hebreus com freqüência), a opinião unânime nesta região durante 200 anos foi que Paulo não escreveu a epístola aos Hebreus, simplesmente desconheciam.
Um cuidadoso exame do texto grego diz-nos muitas coisas sobre o autor. O livro está escrito num grego brilhante, da pena de um escritor eloquente. Não se parece, pois, com o estilo de Paulo. Com frequência, o apóstolo Paulo segue o fio de um novo pensamento antes de haver finalizado o anterior. O escritor da epístola aos Hebreus nunca segue esse processo. O vocabulário, as figuras de dicção e de pensamento apontam a influência alexandrina e filônica (Filo, 20 a.C. a 50 ou 60 d.C.). Paulo não tem essa origem intelectual. O escritor da carta aos Hebreus cita o Antigo Testamento diferentemente de Paulo. Frases de Paulo "como está escrito", "a Escritura diz", "boas novas da vossa fé e amor" nunca se encontram na epístola aos Hebreus, embora o escritor cite com profusão o Antigo Testamento. Apolo parece preencher as condições que se encontram no livro. Vinha de Alexandria. Era homem eloquente e instruído. Era poderoso nas Escrituras Sagradas. As seguintes passagens do Novo Testamento falam-nos de Apolo: [ At 18:24-28 ], [ At 19:1 ], [ 1Co 1:12 ], [ 1Co 3:4-6 ], [ 1Co 3:22 ], [ 1Co 4:6 ], [ 1Co 16:12 ] e [ Tt 3:13 ]. É provável que nunca venhamos a estar seguros do nome do autor.
TEMÁTICA: O objetivo inicial dessa epístola é demonstrar aos judeus que Jesus, o filho de Maria, era o Cristo, o redentor que lhes fora prometido nas Escrituras. A carta versa sobre a suficiência e a superioridade de Cristo. Hebreus é um documento magistral, escrito tanto para judeus crentes quanto para os que estavam avaliando Jesus ou lutando com essa nova fé. Não há nenhum livro da Santa Escritura que tão claramente fale do sacerdócio de Cristo, tão sublimemente exalte a virtude e a dignidade daquele único e genuíno sacrifício que ele ofereceu através de Sua morte, que tão ricamente trate do uso das cerimônias tanto quanto de sua remoção e, numa palavra, tão plenamente explique que Cristo é o cumprimento da Lei. A mensagem desse livro é que Jesus é o melhor, supremo e suficiente salvador. O autor procura demonstrar cuidadosamente a verdadeira identidade de Jesus Cristo, sendo superior aos anjos, aos líderes religiosos e a qualquer sacerdote, um santuário melhor e um sacrifício suficiente pelos pecados. Tendo estabelecido a superioridade do cristianismo, o escritor parte para as implicações práticas de seguir a Cristo. Os leitores são exortados a se apegarem à sua nova fé, a se encorajarem uns aos outros e aguardarem ansiosamente a volta de Cristo. São advertidos das consequências de rejeitar o sacrifício de Cristo e lembrados das recompensas da fidelidade. Então, o autor explica como viver pela fé, citando exemplos de homens e mulheres fiéis na história de Israel, encorajando-os e exortando-os quanto ao cotidiano cristão.
COMPILAÇÃO: Essa carta foi escrita provavelmente antes da destruição do templo em Jerusalém, a data mais aceita para a escritura desta epístola oscila entre os anos 68 e 70 d.C. É composta por 13 capítulos e 303 versículos.
CRONOLOGIA (ESTIMADA) | |
50 d.C. | O Concílio de Jerusalém |
51 d.C. | Barnabé e Marcos partem em viagem missionária |
53 e 54 d.C. | Apolo prega em Éfeso e Corinto |
60 a 62 d.C. | Paulo é aprisionado em Roma |
64 d.C. | Perseguição de Nero aos cristãos, Hebreus é escrito |
67 d.C. | Pedro e Paulo são executados |
70 d.C. | O templo em Jerusalém é destruído |